Feira Nacional do Livro termina com poesia e música de Arnaldo Antunes

Artista foi um dos destaques do último dia da 17ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto durante Conferência (às 16h) e apresentação do show "A Casa é Sua" (18h30). As duas atividades lotaram o plateia do Theatro Pedro II. A feira terminou em clima de festa

Arnaldo Antunes - foto - luizcervifotografia (1 de 33)Poeta vencedor do Prêmio Jabuti do ano passado, Arnaldo Antunes roubou a cena do último dia da 17ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, neste domingo (11). O cantor e compositor revelou para mais de mil pessoas, as influências e caminhos da sua força poética que vem da contracultura e da música popular brasileira – durante a Conferência realizada às 16h. Às 18h30, com toda sonoridade e magnetismo de sua arte, ele apresentou o show intimista  "A Casa é Sua", ao lado dos músicos Chico Salem e André Lima.

Durante a Conferência, mediada pela professora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Moura Lacerda, Giane Fregolente, Arnaldo Antunes destacou momentos essenciais de sua carreira e de sua produção artística. A música e a poesia foram os principais temas que conduziram a conversa. As primeiras questões abordaram o início da carreira do artista e levantaram suas fontes de inspiração. Ele revelou que nomes como: Caetano Veloso, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Paulo Leminski, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari, Vinícius de Moraes, entre outros, foram definitivos para sua formação artística.  "Eu cresci com uma influência muito forte da música popular brasileira e também da contracultura, através dos livros e revistas de poesia", contou Arnaldo. Ele disse que sempre acompanhou o trabalho de poetas que vinham do universo da canção e do movimento da poesia concreta", completou.

 A mediadora também o abordou sobre os elementos visuais utilizados por ele em seus livros e em outros objetos que transforma em poemas. Arnaldo esclareceu que  o uso desses recursos gráficos é uma forma de dar novos sentidos ao texto e ampliar a capacidade de significação da linguagem. "Isso se assemelha à palavra cantada durante uma música, que pode ter diferentes sentidos, dependendo da entonação e da interpretação", explicou.

Sobre o tema educação, contou situações de sua vida escolar, revelando como foi seu contato com a escola em diferentes fases, bem como ela o incentivou a se interessar pelas artes e como contribuiu para sua formação pessoal e profissional.

O artista conversou com o público e respondeu a questões sobre diversos temas como a evolução da comunicação, a arte do fanzine, as influências da tecnologia na música, o processo de criação artística, educação, política, entre outros. Ao final ele desabafou: "a política atual do Brasil me traz um profundo sentimento de vergonha" e deixou em alto e bom tom a mensagem de que o país precisa de uma renovação urgente.

 Praticamente em casa

Durante apresentação do show "A Casa é Sua", Arnaldo Antunes explorou com liberdade uma nova sonoridade e revelou as canções de outro modo, evidenciando mais as letras. O repertório, que garantiu o coro afinado da plateia passeou por músicas de toda sua carreira, como "Não Vou Me Adaptar", "Saiba", "Meu coração", "Muito muito pouco" e incluiu algumas canções de seu mais novo trabalho, "Já É", como "Naturalmente, naturalmente" e "Põe fé que já é".

 O artista também apresentou canções escritas em parceria com Paulo Miklos ("Fim do dia"), Marisa Monte e Carlinhos Brown ("Consumado"), Liminha ("Invejoso"), Alice Ruiz ("Socorro"), entre outras.

Arnaldo Antunes integrou o grupo Titãs, com o qual gravou sete discos. Em carreira solo desde 1992, já lançou diversos discos, entre eles Nome, Ninguém, O Silêncio, Um Som, Saiba, Qualquer, Ao Vivo no Estúdio, Ao Vivo Lá em Casa, Acústico MTV, Já É, Tribalistas (com Marisa Monte e Carlinhos Brown), o projeto infantil Pequeno Cidadão, entre outros.

 O artista possui vários livros publicados no Brasil, como: "Psia", "Tudos", "As coisas", "2 ou + corpos no mesmo espaço", "40 escritos", "Como é que chama o nome disso", "N. D. A." e seu último lançamento "Agora aqui ninguém precisa de si" na Espanha (Doble Duplo) e em Portugal (Antologia) – obra que foi classificada como o primeiro lugar da categoria Poesia no Prêmio Jabuti de 2016.

Pré-Lançamento 

Na abertura do show de Arnaldo Antunes, a diretoria da Fundação do Livro de Ribeirão Preto anunciou o formato da 18ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão que terá como tema "As Histórias que os livros contam e as leituras que a gente faz. Como em todos os anos, a feira fará homenagem a um país – e o escolhido foi Uruguai.  Quanto aos autores celebrados, o escritor principal será Sérgio Buarque de Holanda. Autor educação escolhido é Antônio Candido; a autora infantojuvenil será Marina Colasanti; autor local, Camilo Xavier e a professora homenageada, Heloisa Martins Alves. Como patrono, a feira indicou o advogado Sérgio Roxo da Fonseca.

Feira Nacional do Livro

Reconhecida como um dos principais eventos nacionais de literatura, a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto trouxe em sua 17ª edição o tema "Do conhecimento que liberta ao amor que educa – o livro na escola".

Durante a organização do evento, a Fundação do Livro e Leitura contou com o apoio de diversos parceiros que possibilitaram uma abrangência ainda maior da feira na cidade, como o SESC, Senai, Senac, universidades, Diretoria Regional de Ensino e entidades locais, além do apoio de empresas e organizações e da valorização cultural, o que consagra a grandiosidade do evento.

A 17ª Feira Nacional do Livro foi realizada em 13 espaços simultâneos, onde foram realizadas mais de 260 atividades culturais, com a presença de 130 autores. Estiveram incluídos espaços já tradicionais da feira como Theatro Pedro II, Centro Cultural Palace, Biblioteca Altino Arantes, Biblioteca Padre Euclides, SESC,  Praça do Leitor (na Praça XV de Novembro), além de outras áreas como ACI Ribeirão Preto, Sede da OAB Ribeirão Preto, Shopping Iguatemi, Sincovarp, Teatro Marista, Tenda SESC (na Praça Carlos Gomes) e Palacete 1922.

Como em todos os anos, o evento prestou homenagem a um país – e o escolhido foi Portugal, berço da Língua Portuguesa; o escritor principal foi Fernando Pessoa – ícone da literatura portuguesa; autor educação escolhido, César Nunes; autor infantojuvenil, Ricardo Azevedo; autor local foi Rosa Maria de Britto Cosenza; patrono foi indicado o empresário e fundador do Sistema Coc, Chaim Zaher. Neste ano, a Feira apresentou uma novidade: a modalidade de professor homenageado e o nome indicado foi o de Maris Ester de Souza – professora da rede de ensino local.

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